FIGURAS DE LINGUAGEM
Noções preliminares
Figuras
de linguagem, também chamadas figuras de estilo, são recursos especiais de
que se vale quem fala ou escreve para comunicar à expressão mais força e
colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos:
1. Figuras de palavras (ou tropos)
2. Figuras de construção (ou sintaxe)
3. Figuras de pensamento
O estudo das figuras de linguagem faz parte da
estilística.
I) FIGURAS DE PALAVRAS
Comparem-se
estes exemplos:
A)
O tigre é uma fera. [fera = animal feroz: sentido próprio, literal, normal]
B)
Pedro era uma fera. [fera = pessoa muito brava: sentido figurado, ocasional]
No
exemplo B, a palavra fera sofreu um
desvio na sua significação própria e diz mais do que a expressão vulgar “pessoa
brava”. Semelhantes desvios de significação a que são submetidas as palavras,
quando se deseja atingir um efeito expressivo, denominam-se figuras de palavras
ou tropos (do grego tropos, giro,
desvio)
São as seguintes as figuras de palavras:
1)
Metáfora. É o desvio da significação
própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica
comum entre dois seres ou fatos.
O
seguinte exemplo colhido em Crônicas Escolhidas de Rubem Braga esclarece a
definição:
“O
pavão é um arco-íris de plumas.”, isto é: o pavão, com sua cauda armada de
leque multicolorido, é como um arco-íris de plumas.
Entre
os termos pavão e arco-íris existe uma relação de semelhança, uma
característica comum: um semicírculo ou arco multicor.
Outros
exemplos de metáfora:
Toda
profissão tem seus espinhos.
As
derrotas e as desilusões são amargas.
Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade.
“O
luar feria pedrinhas alvas no
caminho.” (Graciliano Ramos)
“Lá
fora, a noite é um pulmão ofegante.”
(F. Namora)
Dado
o seu caráter enfático, incisivo, direto, a metáfora produz impacto em nossa
sensibilidade: daí sua grande força evocativa e emotiva. É a mais importante e
frequente figura de estilo e encontra-se aliada a outras, como a hipérbole e a
personificação.
Observação:
Não
confundir metáfora com a comparação.
Nesta, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal,
qual, etc.):
Nero foi cruel como um monstro. (comparação)
Nero foi um monstro. (metáfora)
2) Metonímia. Consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Há metonímia quando se emprega:
1º
o efeito pela causa:
Os
aviões semeavam a morte [ = bombas mortíferas]
[as
bombas = a causa; a morte = o efeito]
2º o autor pela obra:
Nas
horas de folga lia Camões. [Camões =
a obra de Camões]
Traduzir Homero para o português não é fácil.
3º o continente pelo conteúdo:
Tomou
uma taça de vinho. [ = o vinho
contido na taça]
A terra inteira chorou a morte do sumo pontífice. [ = os habitantes da terra]
4º o instrumento pela pessoa que o utiliza:
Ele
é um bom garfo. [ = comedor]
As penas mais importantes do país reverenciaram a memória do grande morto. [ = os escritores]
5º o sinal pela coisa significada:
Que
as armas cedam à toga [isto é, que a força militar acate
o Direito].
O trono estava abalado. [isto é, o império]
6º o lugar pelos seus habitantes ou produtos:
“A
América reagiu e combateu.” (Latino
Coelho)
Aprecio o madeira. [ = o vinho fabricado na ilha da Madeira)
7º o abstrato pelo concreto:
A mocidade é entusiasta. [mocidade = moços]
“Difícil conduzir aquela bondade trôpega ao cárcere, onde curtiam pena os malfeitores.” [bondade = o bom velho]
8º a parte pelo todo:
Não
tinha teto onde se abrigasse. [teto = casa]
Márcia completou ontem vinte primaveras. [primaveras = anos]
João trabalha dobrado para alimentar oito bocas. [bocas = pessoas]
9º o singular pelo plural:
O homem é mortal. [o homem = os homens]
“Foi onde o paulista fundou o país da Esperança.” (Cassiano Ricardo)
10º a espécie ou a classe pelo indivíduo:
“Andai
como filhos da luz”, recomenda-nos o Apóstolo
(para dizer São Paulo). [São Paulo
(indivíduo) foi um dos apóstolos (espécie)]
11º o indivíduo pela espécie ou classe:
Os
mecenas das artes. (protetores)
Os átilas das instituições. (destruidores)
O judas da classe. (traidor)
“Não é paternalismo de nenhum mecenas arquimilionário.” (Raquel de Queirós)
12º a qualidade pela espécie:
Os
mortais [em vez de os homens]. Os irracionais [ = os animais]
13º a matéria pelo objeto:
Tanger
o bronze (o sino). O tinir dos cristais.
(copos). Um níquel (moeda)
“O Cristianismo inventou o órgão e fez suspirar o bronze.” (Chateaubriand)
“O aço [ = a faca] de Zé grande espelha reflexos dos cristais...” (Haroldo
Bruno)
3) Perífrase. É uma expressão que designa os seres através de algum de seus atributos, ou de um fato que os celebrizou:
Das
entranhas da terra jorra o ouro negro.
[ = o petróleo]
O rei dos animais foi generoso. [ = o leão]
O Poeta dos escravos morreu moço. [ = Castro Alves]
Os urbanistas tornarão ainda mais bela a Cidade Maravilhosa. [ = o Rio de Janeiro]
Observação: à estilística só interessam perífrase com valor
expressivo.
4) Sinestesia. É a transferência de percepções da esfera de um sentido para o de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. Exemplos:
Sua
voz doce e aveludada era uma carícia em meus ouvidos. [voz = sensação auditiva; doce
= sensação gustativa; aveludada =
sensação tátil]
Em seu olhar gelado percebi uma ponta de desprezo.
II) FIGURAS DE CONSTRUÇÃO
Compare as duas maneiras de construir esta frase:
Os homens pararam, o medo no coração.
Os homens pararam, com o medo no coração.
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e
elegante. Desvia-se da norma estritamente gramatical para atingir um fim
expressivo ou estilístico.
Foi com esse intuito que assim redigiu Jorge Amado.
A
essas construções que se afastam das estruturas regulares ou comuns e que visam
transmitir à frase mais concisão, expressividade ou elegância, dá-se o nome de
figuras de construção ou de sintaxe.
São as mais importantes figuras de construção:
1)
Elipse. É a omissão de um termo ou
oração que facilmente podemos subentender no contexto. É uma espécie de
economia de palavras.
São comuns as elipses dos pronomes sujeitos, dos verbos e de palavras de ligação. (preposições ou conjunções):
João estava com pressa. Preferiu não entrar. [elipse do sujeito ele]
“As quaresmas abriam a flor depois do carnaval, os ipês, em junho.” (Raquel de Queirós) [isto é, os ipês abriam em junho]
“Parece que, quando menor, Sereia era bonita.” (Raquel de Queirós) [elipse do verbo era: quando era menor]
“Caçam todos os animais que podem.” (Gustavo Barroso) [Entenda-se: todos os animais que podem caçar]
“Por que foi que a criatura se imolou? Um ato de protesto contra o governo?” (Érico Veríssimo) [Isto é: Teria sido um ato de protesto]
A elipse das conjunções e preposições assegura à frase concisão, leveza e desenvoltura:
“E
espero tenha sido a última.” (Viana Moog) [elipse da conjunção que]
“Só aí me inteirei de que ela havia sofrido e era boa.” (Graciliano Ramos) [Ou seja: e de que era boa]
“Se trabalhares e fores honesto, serás feliz.” [ = e se fores honesto]
“Veio sem pintura, um vestido leve, sandálias coloridas.” (Rubem Braga)
“Entraram em casa, as armas na mão, os olhos atentos, procurando.” (Jorge Amado)
Pode ocorrer elipse total ou parcial de uma oração:
Perguntei-lhe
quando voltava. Ele disse que não sabia. [Isto é: Ele disse que não sabia quando voltava.)
Eu já tinha visto aquela moça, mas não sabia onde. [Isto é: mas não sabia onde a tinha visto.]
Podem ser consideradas casos de elipse as chamadas frases nominais, organizadas sem verbo. Exemplos:
“Bom
rapaz, o verdureiro, cheio de atenções para com os fregueses.” (Carlos Drummond
de Andrade)
“Céu baixo, ondas mansas, vento leve.” (Adonias Filho)
“Àquela hora, quase deserta a Praia de Botafogo.” (Olavo Bilac)
“Em redor, tudo parado. Estático. No silêncio da madrugada, nem o piar de um pássaro, nem o farfalhar de uma folha.” (Lígia Fagundes Teles)
Observação:
As
frases nominais, de largo uso na literatura atual, são particularmente
adequadas para a descrição de cenas estáticas, de ambientes parados, sem vida.
2) Pleonasmo: É o emprego de palavras redundantes, com o fim de reforçar ou enfatizar a expressão. Exemplos:
“Foi
o que vi com meus próprios olhos.”
(Antônio Calado)
“Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor.” (V. Moog)
“Tenha pena de sua filha, perdoe-lhe pelo divino amor de Deus.” (Camilo Castelo Branco)
“Os impostos, é necessário pagá-los.” (Camilo Castelo Branco)
“A mim resta-me a independência para chorar.” (Camilo Castelo Branco)
“... secá-las bem secas no jirau.” (F. de Castro)
Observação:
O
pleonasmo, como figura de linguagem, visa a um efeito expressivo e deve
obedecer ao bom gosto. São condenáveis, por viciosos, pleonasmos como: descer para baixo, entrar para dentro, subir
para cima, a ilha fluvial do rio Araguaia,
a monocultura exclusiva de uma planta, etc.
3) Polissíndeto. É a repetição intencional do conectivo coordenativo (geralmente a conjunção e). É particularmente eficaz sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem rapidamente:
“Trejeita,
e canta, e ri nervosamente.” (Antônio Tomás)
“Por que é a beleza vaga e tênue, / falaz e vã e incauta e inquieta?” (Cabral do Nascimento)
“Vão
chegando as burguesinhas pobres, / e
as criadas das burguesinhas ricas, / e
as burguesinhas ricas, / e as
mulheres do povo, / e as lavadeiras
da redondeza.” (Manuel Bandeira)
“Mão
gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto de Oliveira)
4)
Inversão ou hipérbato. Consiste em alterar
a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque:
“Passarinho,
desisti de ter.” (Rubem Braga)
“Justo
ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Por
que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.” (Graciliano Ramos)
“Tão
leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Observação:
O
termo que desejamos realçar é colocado, em geral, no início da frase.
5)
Anacoluto. É a quebra ou interrupção
do fio da frase, ficando termos sintaticamente desligados do resto do período,
sem função. Exemplos:
Pobre,
quando come frango, um dos dois está doente.
“Eu
não me importa a desonra do mundo.” (Camilo Castelo Branco)
“Essas
criadas de hoje não se pode confiar nelas.” (A. Machado)
A
rua onde moras, nela é que desejo morar.
Observação:
O
anacoluto, fato bastante comum na língua oral, deve ser usado na, na expressão
escrita, com sobriedade e consciência.
6)
Silepse. Ocorre esta figura quando
efetuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a ideia a eles
associada em nossa mente.
a)
de gênero:
Vossa Majestade será informado
acerca de tudo.
“Sobre
a triste Ouro Preto o ouro dos
astros chove.” (Olavo Bilac)
“Nuvens
baixas e grossas ocultavam Ilhéus, vista dali em mar grande e livre.”
(Adonias Filho)
“Quando
a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Rosa)
“Se
acha Ana Maria comprido, trate-me por Naná.” (Ciro dos Anjos)
b)
de número:
“Corria
gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
“O casal de patos nada disse, pois a voz
das ipecas é só um sopro. Mas espadanaram,
ruflaram, e voaram embora.” (Guimarães Rosa)
“Está
cheio de gente aqui. Tire esse povaréu da minha casa. Que é que eles querem?” (Dalton Trevisan)
c)
de pessoa:
Ele e eu temos a
mesma opinião. [ele e eu = nós]
“Aliás
todos os sertanejos somos assim.”
(Raquel de Queirós)
“Os que adoramos esse ideal, nela vamos
buscar a chama incorruptível.” (Rui Barbosa)
“Os amigos nos revezávamos à sua
cabeceira.” (Amadeu de Queirós)
“Ficamos por aqui insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos Drummond de
Andrade)
7)
Onomatopéia. Consiste no
aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos
seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.
“Pedrinho,
sem mais palavras, deu rédea e, lept!
lept! Arrancou estrada afora.
(Monteiro Lobato)
“O
som, mais longe, retumba, morre.”
(Gonçalves dias)
“O
longo vestido longo da velhíssima senhora frufrulha
no alto da escada.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Tíbios flautins finíssimos gritavam.”
(Olavo Bilac)
“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo
Correia)
“Vozes veladas, veludosas vozes.” (Cruz
e Sousa)
Observação:
As
onomatopeias, como nos três últimos exemplos, podem resultar da aliteração ( =
repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso).
8)
Repetição. Consiste em reiterar
(repetir) palavras ou orações para intensificar ou enfatizar a afirmação ou
sugerir insistência, progressão:
“O
surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Cecília
Meireles)
“Tudo,
tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
“Ia-se
pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfumada.” (J.
Geraldo Vieira)
“E
o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da casona.”
(Bernardo Elis)
“O
mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se
apagou.” (Inácio de Loiola Brandão)
III) FIGURAS DE PENSAMENTO
Figuras de pensamento são processos estilísticos que
se realizam na esfera do pensamento, no âmbito da frase. Nelas intervêm
fortemente a emoção, o sentimento, a paixão.
Eis as principais figuras de pensamento:
1)
Antítese. Consiste na aproximação de
palavras ou expressões de sentido oposto. É um poderoso recurso de estilo.
Exemplos:
“Última
flor do Lácio, inculta e bela, / és a um tempo, esplendor e sepultura.”
(Olavo Bilac)
“A
areia, alva, está agora preta, de pés que a pisam.” (Jorge
Amado)
“Como
era possível beleza e horror, vida e morte
harmonizarem-se no mesmo quadro?” (Érico Veríssimo)
“Quando
a bola saía, entravam os comentários dos torcedores.” (Carlos Eduardo Novais)
2)
Apóstrofe. É a interrupção que faz o
orador ou escritor, para se dirigir a pessoas ou coisas presentes ou ausentes,
reais ou fictícias. Exemplo:
“Abre-se
a imensidade dos mares, e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas
sobre o abismo.
Deus te leve a salvo, brioso e altivo
barco, por entre as vagas
revoltas...” (José de Alencar)
3)
Eufemismo: Consiste em suavizar a
expressão de uma ideia molesta, substituindo o termo exato por palavras ou
circunlocuções menos desagradáveis ou mais polidas. Exemplos:
Fulano
foi desta para uma melhor. [ = morreu]
Rômulo
contraíra o mal-de-lázaro. [ = a lepra]
Na
cidade há escolas para crianças excepcionais.
[ = retardadas]
4)
Gradação. É uma sequência de ideias
dispostas em sentido ascendente ou descendente. Exemplos:
“O
primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)
Ele
foi um tímido, um frouxo, um covarde.
Um
ser limitado, uma ínfima criatura, um grão de pó perdido no cosmos, eis o que
o homem é.
Observação:
A
gradação ascendente denomina-se também clímax,
e a descendente anticlímax.
5)
Hipérbole. É uma afirmação
exagerada. É uma deformação da verdade que visa a um efeito expressivo.
Exemplos:
Chorou
rios de lágrimas. Estava morto de sede. Os cavaleiros não corriam,
voavam. Quase morri de tanto rir. Estou um século
à sua espera. Tinha um mundo de
planos na cabeça. “A geada é um eterno
pesadelo.” (Monteiro Lobato)
6)
Ironia. É a figura pela qual dizemos
o contrário do que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica. Exemplos:
Fizeste
um excelente serviço! [para dizer:
um serviço péssimo]
Vejam
os altos feitos destes senhores: dilapidar os bens do país e fomentar a
corrupção!
“Um
carro começa a buzinar... Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz
Natal. Levanto-me, olho a rua e sorrio: é um caminhão de lixo. Bonito presente de Natal!” (Rubem
Braga)
7)
Personificação. É a figura pela qual
fazemos os seres inanimados ou irracionais agirem e sentirem como pessoas
humanas. É um precioso recurso da expressão poética. Esta figura, chamada
também animização ou prosopopéia.
“Lá
fora, no jardim que o luar acaricia,
um repuxo apunhala a alma da
solidão.” (Olegário Mariano)
“Os sinos chamam para o amor.” (Mário
Quintana)
“O rio tinha entrado em agonia, após anos
de devastação em suas margens.” (Inácio de Loiola Brandão)
Comum
é a personificação de conceitos abstratos:
A Morte roubou-lhe o filho mais querido.
“Vi
a Ciência desertar do Egito...”
(Castro Alves)
8)
Reticência. Consiste em suspender o
pensamento, deixando-o meio velado. Exemplos:
“De
todas, porém, a que me cativou logo foi uma ... uma ... não sei se digo.”
(Machado de Assis)
“Quem
sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente...” (Mário de Andrade)
9)
Retificação. Como a palavra diz,
consiste em retificar (correção) uma afirmação anterior. Exemplos:
O
síndico, aliás uma síndica muito
gentil, não sabia como resolver o caso.
“O
país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não, minto. Tanto não.” (Raquel de
Queirós)
“Tirou,
ou antes, foi-lhe tirado lenço da mão.” (Machado de Assis)
EXERCÍCIOS
Identifique as figuras de linguagem
presentes nos períodos a seguir.
1.
O rosto é o espelho da alma.
2.
Todos necessitam de um teto.
3.
Sobre a cidade indefesa os aviões semeavam a morte.
4.
Minha mãe é uma santa.
6.
“Sua boca é um cadeado. / E meu corpo é uma fogueira.” (Chico Buarque)
7.
Eles já embarcaram no trem.
8.
Sempre leio Graciliano Ramos.
9.
Marquei uma consulta com o melhor bisturi de Sorocaba.
11.
Dona Maria, observe o grande esforço de seu filho: obteve nota zero em todas as
matérias.
12.
“Aconteceu que, passados quatro anos, D. Elvira mudasse de residência para o
outro mundo.” (Camilo Castelo Branco)
13.
Morri de estudar e não consegui aprender nada.
14.
“É, meu filho, pense bem, arrependa-se enquanto é tempo...” (Érico Veríssimo)
15.
“Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!” (Fernando Pessoa)
16.
“E vou ficar aqui, às escuras, até que morto de fadiga, encoste a cabeça à mesa
e descanse uns minutos.” (Graciliano Ramos)
17.
Ele não assumiu o problema e ainda faltou à verdade.
19.
O jogador deu um violento tapa no adversário e o juiz o convidou a se retirar
do campo.
20.
“Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.” (José Régio)
21.
São Paulo parou para receber os campeões.
22.
“Toda vida se tece de mil mortes.” (Carlos de Laet)
23.
O Pai da Aviação, com o seu invento, encurtou as distâncias e aproximou os
povos.
24.
Ele, o Bom Pastor, deu a sua vida para nos salvar.
25.
Ó sonora audição colorida do aroma” (Alphonsus de Guimaraens)
26.
Cuidado com esse tal Abelardo! Ele é uma raposa.
27.
O Boeing era um pássaro metálico devorando a distância.
28.
“O major trazia sobre si o peso de 60 janeiros.” (Monteiro Lobato)
29.
“Altar e trono, uni-vos.” (Raimundo Correia)
30.
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul.” (Paulo Moreira da Silva)
31.
“Quando adolescente, estudante em Salvador, participei dos festejos da noite de
São João.” (P. Cavalcanti)
32.
“Pouco me importa me batas pelo dobro.” (Carlos Drummond de Andrade)
33.
“E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta.” (Olavo Bilac)
34.
“A mim é que não me enganam.” (Monteiro Lobato)
35.
Outro dia João ia pela calçada. Minto, pela rua.
36.
“A brisa do Brasil beija e balança.” (Castro Alves)
38.
“Vi uma estrela tão alta, / Vi uma estrela tão fria! / Vi uma estrela luzindo,
/ Na minha vida vazia.” (Manuel Bandeira)
39.
Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.
40.
Com a alma purificada, ele partiu para a eternidade.
FONTE: 36 lições práticas de gramática (Ulisses Infante) – Editora Scipione.
FONTE: 36 lições práticas de gramática (Ulisses Infante) – Editora Scipione.