segunda-feira, 30 de julho de 2018


                                     O artigo de opinião

artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo com a finalidade de apresentar determinado tema e seu ponto de vista, e por isso recebe esse nome.
Possui as características de um texto jornalístico e tem como principal objetivo informar e persuadir o leitor sobre um assunto.
Assim, a argumentação é o principal recurso retórico utilizado nos artigos de opinião, que surgem sobretudo, nos textos disseminados pelos meios de comunicação, seja na televisão, rádio, jornais ou revistas.
Por esse motivo, esse tipo de texto geralmente aborda temas da atualidade, sendo muito pedido nos vestibulares e concursos públicos.
        
Estrutura: como fazer um artigo de opinião

Geralmente, os artigos de opinião seguem o padrão da estrutura dos textos dissertativos argumentativos:

·         Introdução (exposição): apresentação do tema que será discorrido durante o artigo.

·         Desenvolvimento (interpretação): momento em que a opinião e a argumentação são os principais recursos utilizados.

·         Conclusão (opinião): finalização do artigo com apresentação de ideias para solucionar os problemas sobre o tema proposto.


Características do artigo de opinião

As principais características dos artigos de opinião são:

·       uso da argumentação e persuasão;
·       textos escritos em primeira e terceira pessoa;
·       geralmente são assinados pelo autor;
·       são produções veiculadas nos meios de comunicação;
·       possuem uma linguagem simples, objetiva e subjetiva;
·       escolha de temas da atualidade;
·       possuem títulos polêmicos e provocativos;
·       contém verbos no presente e no imperativo.

Exemplos de Artigos de Opinião

Para entender melhor esse tipo de texto argumentativo, seguem alguns exemplos de artigos de opinião:
                     
Trecho de artigo de opinião sobre "Educação"

A educação no Brasil tem sido discutida cada vez mais, uma vez que ela é o principal aspecto de desenvolvimento de uma nação.
Enquanto nosso governo investe na expansão econômica e financeira do país, a educação regride, apresentando muitos problemas estruturais. Principalmente nas pequenas cidades, o investimento para a educação é mal aplicado e, muitas vezes, as verbas são desviadas.
Por esse motivo, o nosso país está longe de ser um país desenvolvido até que o descaso com a educação persista. Acima de tudo, os governantes do nosso país precisam ter a consciência de que enquanto a educação estiver à margem, problemas como violência e pobreza persistirão.
Assim, o lema da nossa bandeira será sempre uma ironia. “Ordem e progresso” ou “Desordem e Regresso”?
Nosso grande educador Paulo Freire já dizia: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

Trecho de artigo de opinião sobre "Drogas"

Atualmente, o problema das drogas tornou-se um tema muito recorrente em diversas partes do mundo. O surgimento de novas sustâncias entorpecentes tem levado ao aumento do número de dependentes.
No Brasil, fica difícil mencionar o problema das drogas e não pensar na cidade de São Paulo, onde a Cracolândia se expande cada vez mais.
O crack tem demonstrado a forte dependência que causa nos indivíduos e os problemas estruturais que geram, dentre eles a pobreza, o desemprego e a proliferação de doenças. A negligência do governo em relação a isso é notória.
Ou seja, o foco maior está em acabar com o problema do crack, em vez de oferecer melhoria na vida dos viciados. Sendo assim, os viciados em crack continuam vivendo em péssimas condições e infelizmente, ainda são tratados como "bandidos".
                                                 
Trecho de artigo de opinião sobre "Racismo"

Ainda que grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o problema do racismo está longe de ser resolvido.
No período colonial, Portugal trazia os negros da África para trabalharem no país em condição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na mente de muitos brasileiros.
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de negros é sem dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo persistirá no nosso país?; pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos deparamos com um racismo velado no Brasil.
A implementação de políticas públicas poderá resolver nosso problema, mas ainda temos muitos caminhos a percorrer. Infelizmente, creio que não estarei vivo para contemplar essa conquista.
                             

Fonte: https://www.todamateria.com.br/artigo-de-opiniao/












               
Machado de Assis – Biografia


(Joaquim Maria Machado de Assis.), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da Cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
Filho do operário Francisco José de Assis e de Maria Leopoldina Machado de Assis, perdeu a mãe muito cedo, pouco mais se conhecendo de sua infância e início da adolescência. Foi criado no morro do Livramento. Sem meios para cursos regulares, estudou como pôde e, em 1854, com 15 anos incompletos, publicou o primeiro trabalho literário, o soneto "À Ilma. Sra. D.P.J.A.", no Periódico dos Pobres, número datado de 3 de outubro de 1854. Em 1856, entrou para a Imprensa Nacional, como aprendiz de tipógrafo, e lá conheceu Manuel Antônio de Almeida, que se tornou seu protetor. Em 1858, era revisor e colaborador no Correio Mercantil e, em 60, a convite de Quintino Bocaiúva, passou a pertencer à redação do Diário do Rio de Janeiro. Escrevia regularmente também para a revista O Espelho, onde estreou como crítico teatral, a Semana Ilustrada e o Jornal das Famílias, no qual publicou de preferência contos.
O primeiro livro publicado por Machado de Assis foi a tradução de Queda que as mulheres têm para os tolos (1861), impresso na tipografia de Paula Brito. Em 1862, era censor teatral, cargo não remunerado, mas que lhe dava ingresso livre nos teatros. Começou também a colaborar em O Futuro, órgão dirigido por Faustino Xavier de Novais, irmão de sua futura esposa. Seu primeiro livro de poesias, Crisálidas, saiu em 1864. Em 1867, foi nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Em agosto de 69, morreu Faustino Xavier de Novais e, menos de três meses depois (12 de novembro de 1869), Machado de Assis se casou com a irmã do amigo, Carolina Augusta Xavier de Novais. Foi companheira perfeita durante 35 anos. O primeiro romance de Machado, Ressurreição, saiu em 1872. No ano seguinte, o escritor foi nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, iniciando assim a carreira de burocrata que lhe seria até o fim o meio principal de sobrevivência. Em 1874, O Globo (jornal de Quintino Bocaiúva), em folhetins, o romance A mão e a luva. Intensificou a colaboração em jornais e revistas, como O Cruzeiro, A Estação, Revista Brasileira (ainda na fase Midosi), escrevendo crônicas, contos, poesia, romances, que iam saindo em folhetins e depois eram publicados em livros. Uma de suas peças, Tu, só tu, puro amor, foi levada à cena no Imperial Teatro Dom Pedro II (junho de 1880), por ocasião das festas organizadas pelo Real Gabinete Português de Leitura para comemorar o tricentenário de Camões, e para essa celebração especialmente escrita. De 1881 a 1897, publicou na Gazeta de Notícias as suas melhores crônicas. Em 1880, o poeta Pedro Luís Pereira de Sousa assumiu o cargo de ministro interino da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e convidou Machado de Assis para seu oficial de gabinete (ele já estivera no posto, antes, no gabinete de Manuel Buarque de Macedo). Em 1881 saiu o livro que daria uma nova direção à carreira literária de Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas, que ele publicara em folhetins na Revista Brasileira de 15 de março a 15 de dezembro de 1880. Revelou-se também extraordinário contista em Papéis avulsos (1882) e nas várias coletâneas de contos que se seguiram. Em 1889, foi promovido a diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia.
Grande amigo de José Veríssimo, continuou colaborando na Revista Brasileira também na fase dirigida pelo escritor paraense. Do grupo de intelectuais que se reunia na Redação da Revista, e principalmente de Lúcio de Mendonça, partiu a idéia da criação da Academia Brasileira de Letras, projeto que Machado de Assis apoiou desde o início. Comparecia às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, à qual ele se devotou até o fim da vida.
A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários. Na poesia, inicia com o romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo em Americanas (1875), e o parnasianismo em Ocidentais (1901). Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873); os romances Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), considerados como pertencentes ao seu período romântico. A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa.
A obra de Machado de Assis foi, em vida do Autor, editada pela Livraria Garnier, desde 1869; em 1937, W. M. Jackson, do Rio de Janeiro, publicou as Obras completas, em 31 volumes. Raimundo Magalhães Júnior organizou e publicou, pela Civilização Brasileira, os seguintes volumes de Machado de Assis: Contos e crônicas (1958); Contos esparsos (1956); Contos esquecidos (1956); Contos recolhidos (1956); Contos avulsos (1956); Contos sem data (1956); Crônicas de Lélio (1958); Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956). Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura e encabeçada pelo presidente da Academia Brasileira de Letras, organizou e publicou, também pela Civilização Brasileira, as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes, reunindo contos, romances e poesias desse escritor máximo da literatura brasileira.

Fonte: Espaço Machado de Assis – Centro Cultural da ABL
Av. Presidente Wilson, 203 – Rio de Janeiro – RJ – 20030 – Tel.: (0xx21) 3974 2500 Ramal 2510.