sábado, 26 de agosto de 2017



Os vídeos a seguir podem ser acessados no site:



VÍDEO 1

VOLUME 1 - ENSINO MÉDIO: 
LINGUAGENS E CONTEXTOS


VÍDEO 2

VOLUME 1 - ENSINO MÉDIO: 
O MUNDO DA LEITURA



VÍDEO 3

VOLUME 1 - ENSINO MÉDIO: 
LITERATURA EM PROSA E VERSO



VÍDEO 4

VOLUME 1 - ENSINO MÉDIO: 
MIL E UMA HISTÓRIAS


VÍDEO 5

VOLUME 1 - ENSINO MÉDIO: 
UMA LÍNGUA, MUITAS LÍNGUAS

quinta-feira, 24 de agosto de 2017


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VÍDEO 1

VOLUME 2 - ENSINO MÉDIO: 
CRÔNICA, UM GÊNERO BRASILEIRO

Não foi possível fazer "download" do vídeo 1 devido ao limite de MB para postagem no blog. 

VÍDEO 2

VOLUME 2 - ENSINO MÉDIO: 
ESCREVER É PRECISO



VÍDEO 3

VOLUME 2 - ENSINO MÉDIO: 
PONTUAÇÃO, COERÊNCIA E COESÃO



VÍDEO 4

VOLUME 2 - ENSINO MÉDIO: 
CANÇÕES DE NOEL ROSA


VÍDEO 5

VOLUME 2 - ENSINO MÉDIO: 
PODER DE SÍNTESE



quarta-feira, 23 de agosto de 2017


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VÍDEO 1

VOLUME 3 - ENSINO MÉDIO: OS TEXTOS CONVERSAM?


VÍDEO 2

VOLUME 3 - ENSINO MÉDIO: 
MACHADO DE ASSIS, UM CLÁSSICO


VÍDEO 3

VOLUME 3 - ENSINO MÉDIO: 
RELATAR, UMA ARTE


VÍDEO 4

VOLUME 3 - ENSINO MÉDIO: 
REDAÇÃO: PROVAS E CONCURSOS


VÍDEO 5

VOLUME 3 - ENSINO MÉDIO: 
CONTOS FANTÁSTICOS












quarta-feira, 16 de agosto de 2017

 ADJETIVOS PÁTRIOS

Acre – acriano
Alagoas – alagoano
Amapá – amapaense
Amazonas – amazonense
Anápolis (GO) – anapolino, anapolitano
Angra dos Reis (RJ) – angrense
Aracaju – aracajuano ou aracajuense

Bahia – baiano
Belém (PA) – belenense
Belo Horizonte – belo-horizontino
Boa Vista – boa-vistense
Brasil – brasileiro
Brasília – brasiliense

Cabo Frio (RJ) – cabo-friense
Campo Grande – campo-grandense
Ceará – cearense
Cuiabá – cuiabano
Curitiba – curitibano

Duas Barras (RJ) – bibarrense

Espírito Santo – espírito-santense ou capixaba

Florianópolis – florianopolitano
Fortaleza –fortalezense

Goiânia – goianense
Goiás – goiano

João Pessoa – pessoense
Juiz de Fora (MG) – juiz-forano ou juiz-forense

Macapá – macapaense
Maceió – maceioense
Manaus – manauense ou manauara
Marajó (ilha) – marajoara
Maranhão – maranhense
Mato Grosso – mato-grossense
Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul ou sul-mato-grossense
Minas Gerais – mineiro

Natal – natalense ou papa-jerimum
Niterói – niteroiense
Nova Hamburgo (RS) – hamburguense

Palmas ((TO) – palmense
Pará – paraense ou paroara
Paraíba – paraibano
Paraná – paranaense
Pernambuco – pernambucano

Petrópolis (RJ) – petropolitano
Piauí – piauiense
Poços de Caldas – (MG) – caldense
Porto Alegre – porto-alegrense
Porto Velho – porto-velhense

Recife – recifense
Rio Branco – rio-branquense
Rio de Janeiro (estado) fluminense
Rio de Janeiro (cidade) – carioca
Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense ou potiguar
Rio Grande do Sul – rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense ou gaúcho
Rondônia – rondoniense ou rondoniano
Roraima – roraimense

Salvador – (BA) – salvadorense ou soteropolitano
Santa Catarina – catarinense, catarineta, catarinete, cata ou barriga-verderino
Santarém (PA) santareno
São Luís – são-luisense
São Paulo (estado) – paulista
São Paulo (cidade) – paulistano
Sergipe – sergipano

Teresina – teresinense
Tocantins – tocantinense
Três Corações (MG) tricordiano
Três Rios (RJ) – trirriense
Vitória (ES) – vitoriense



segunda-feira, 7 de agosto de 2017



Leia a fábula do escritor francês Jean de La Fontaine (1612-1695)


O amor e a loucura

No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna.

Mas por que o amor é cego?

Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. Mas a loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou da visão.

Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. E diante de Júpiter, Nêmesis -  a deusa da vingança -  e de todos os juízes do Inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar cego.

Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a Loucura a servir de guia ao Amor.

(In: Flávio Moreira da Costa, org. Os melhores contos de loucura. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. p. 17-8)  

A fábula é um gênero textual que costuma apresentar, no final, uma moral, isto é, um ensinamento. Isso, entretanto não ocorre nessa fábula, mas podemos deduzir que o ensinamento é: o amor além de cego é guiado pela loucura.

O autor da fábula empregou as palavras "Amor" e "Loucura" com iniciais maiúsculas porque são personagens que atuam na história narrada, personificando, respectivamente, um sentimento e um estado. Como designam um ser em particular, são nomes próprios e devem ser empregados com letras maiúsculas.

Quando o narrador afirma que tudo no amor é mistério, as palavras empregadas para designá-lo são: flecha, aljava, chama e infância

Para identificar os seres, nomear os objetos que nos cercam, designar sentimentos, ações, etc., necessitamos de certo tipo de palavras, como filho, flecha, amor, pancada, vingança, etc. essas palavras são denominadas substantivos.

Substantivos são palavras que designam seres - visíveis ou não, animados ou não - ações, estados, sentimentos, desejos, ideias.

Morfossintaxe: forma e função

Falar é uma atividade tão habitual, que raramente o usuário de uma língua se dá conta dos mecanismos que regem qualquer ato de fala.

Todos os falantes inconscientemente selecionam e combinam palavras de acordo com determinadas regras interiorizadas por aqueles que se utilizam da língua.

Ao selecionar as palavras, o falante, além de considerar o sentido, leva em conta a forma das palavras (artigo, substantivo, verbo, etc.) em virtude da função (sujeito, objeto direto, predicativo, etc.) que assumem na oração. 

Observe a frase:

O Amor e a Loucura brincavam juntos.

Analisemos as combinações realizadas, isto é, sua estrutura sintática e as classes gramaticais que foram selecionadas para as combinações:

Função sintática:
Sujeito: O Amor e a Loucura
Predicado: brincavam juntos
Predicativo do sujeito: juntos
Adjuntos adnominais: O - a 

Forma
Artigos: O - a
Substantivos: Amor - Loucura
conjunção: e
Verbo: brincavam
Adjetivo: juntos

Num ato de fala, a seleção e a combinação ocorrem simultaneamente. Assim, ao estudar a forma e a função das palavras, não se pode desvincular o estudo de uma do estudo de outra, pois forma e função coexistem e seus papéis só se definem solidariamente.

De acordo com a forma que apresentam, as palavras classificam-se em: substantivos, adjetivos, numerais, artigos, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções e interjeições.

A parte da gramática que estuda a forma das palavras recebe o nome de morfologia.

que estuda a função das palavras na oração recebe o nome de sintaxe.

Função sintática do substantivo

O substantivo figura na frase como núcleo das seguintes funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito e do objeto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo.

Observe a relação entre forma (classe gramatical) e função na análise dos substantivos dessa frase: 

Recebemos a participação de seu casamento.

Função sintática:
Sujeito desinencial ou materialmente oculto: Nós
Predicado: Recebemos a participação de seu casamento.
Objeto direto: a participação
Adjunto adnominal: a
Núcleo do objeto direto: participação
Complemento nominal: de seu casamento
Núcleo do complemento nominal: casamento

Forma:
Verbo transitivo direto: Recebemos
artigo: a
Substantivo: participação
preposição: de
pronome possessivo: seu
substantivo: casamento

O substantivo pode, precedido de preposição, formar uma locução adjetiva, que funciona como adjunto adnominal. Observe: 

Demonstra por mim um amor de mãe.

Função sintática:
Objeto direto: um amor de mãe
Núcleo do objeto direto: amor
Adjuntos adnominais: um - de mãe

Forma:
Verbo transitivo direto: Demonstra
Preposição: por
Pronome do caso oblíquo: mim
Artigo: um
Substantivo: amor
Locução adjetiva: de mãe (= preposição "de" + substantivo "mãe"

Locução adjetiva: conjunto de palavras que equivalem a um só vocábulo, por terem significado, conjunto próprio e função gramatical única (p.ex., a de adjetivo, donde locução adjetiva).

(Fonte: dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.)

Classificação do substantivo

Os substantivos classificam-se em:

comuns: referem-se a qualquer ser de uma espécie, sem particularizá-lo: caneta, mesa.

próprios: nomeiam um ser em particular, destacando-o dentro da espécie ou do grupo; são grafados com letras maiúsculas: Sorocaba, José.

concretos: nomeiam seres com existência própria, isto é, que não dependem de outro ser para existir: caderno, computador.

abstratos: nomeiam ações, qualidades, sentimentos, isto é, seres que só existem em outros ou a partir da existência de outros seres: tristeza, amor, riqueza.

coletivos: designam uma pluralidade de seres da mesma espécie: constelação, resma. 

Classificação do substantivo quanto à formação

Quanto à formação, os substantivos classificam-se em:

primitivos: são aqueles que dão origem a outras palavras: ferro, folha.

derivados: são os que se originam de outras palavras: ferreiro, folhagem.

simples: são os formados por apenas uma palavra: roupa, flor.

compostos: são os formados por mais de uma palavra: guarda-roupa, couve-flor.

Sexo é gênero

Não se deve confundir sexo com gênero, pelas seguintes razões:

O gênero diz respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram a seres animais providos de sexo, quer designem apenas "coisa". o lápis, a borracha; o coelho, a galinha.

Mesmo substantivos referentes a animais ou pessoas apresentam, muitas vezes, discrepância entre gênero e sexo: cobra é sempre feminino; cônjuge é sempre masculino.

O gênero dos substantivos é um princípio puramente linguístico, convencional.

Gênero do substantivo

A flexão de gênero é uma só, com pouquíssimas variações: forma-se o feminino pela troca das vogais o e e por a ou pelo acréscimo da desinência -a:

menino - menina
mestre - mestra
professor - professora

Exceções: avô - avó; órfão - órfã; leão - leoa; valentão - valentona.

Plural dos substantivos compostos

Pluralizam-se as palavras variáveis (substantivo e adjetivo) e não se pluralizam as invariáveis (verbos, advérbios e interjeições) que compõem o substantivo composto:

tenentes-coronéis; pequenos-burgueses; guarda-roupas

Pode-se pluralizar apenas o primeiro substantivo se o segundo funcionar como especificador, com ou sem auxílio de preposição:

pés-de-meia; pombos-correio

Nos compostos formados por palavras repetidas ou onomatopeias, pluraliza-se o segundo elemento:

corre-corres; tico-ticos

Não se pluraliza o adjetivo contraído grã(o):
grão-duques; grã-cruzes

Nos nomes dos dias da semana pluralizam-se os dois elementos:
quartas-feiras; sextas-feiras

Número do substantivo simples

O plural dos substantivos simples se faz pelo acréscimo da desinência -s:

peixe - peixes

Há, entretanto, alguns substantivos simples que fazem o plural acrescentando-se -es.
açúcar - açúcares; mês - meses; vez - vezes

Os substantivos terminados em -l fazem geralmente o plural substituindo-se o -l por -is:
canal - canais; lençol - lençóis

Grau do substantivo ou derivação?

Há uma polêmica entre os pesquisadores sobre o grau do substantivo. Alguns consideram os aumentativos e diminutivos uma flexão do substantivo. Outros, entretanto, como Joaquim Mattoso Câmara Jr., consideram o aumentativo e o diminutivo como uma derivação.

Nos substantivos, a ideia de aumento ou diminuição das proporções se expressa por meio de adjetivos ou de sufixos:

homem grande (enorme, imenso) = homenzarrão
homem pequeno (miúdo) = homenzinho

As ideias de grandeza e pequenez emprestam às vezes aos seus substantivos um valor pejorativo ou depreciativo: cabeçorra, politicão, livreco; outras vezes, simpatia, afeição: filhinha, benzinho.


Fonte: Português - Linguagens - Ensino Médio - volume 2.
William Roberto Cereja & Thereza cochar Magalhães.











CONCORDÂNCIA VERBAL


Nao! Nós vamos!


O verbo "haver"

"Haviam vários trabalhadores" ou "Havia vários trabalhadores"?

"Haja paciência!" Todos já ouvimos essa expressão. Esse "haja" é o verbo "haver" no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.

Estive aqui dez anos.

O "" presente na oração é o verbo "haver" e pode ser trocado por outro verbo: "

Estive aqui faz dez anos".

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo "haver". 

Quando se diz "Há muitas pessoas na sala", conjuga-se o verbo "haver" na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo "haver" com a palavra "pessoas". Não se poderia dizer "Hão pessoas".

O verbo "haver", quando usado com o sentido de "existir", fica no singular. O verbo "existir", sim, flexiona-se normalmente:"Existem muitas pessoas na sala".

A confusão tende a aumentar quando o verbo "haver" é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto "Os incríveis" da canção "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" diz:
Não era belo, mas mesmo assim havia mil garotas a fim....

Nessa canção o verbo "haver" foi empregado com o sentido de "existir". Logo, está correta a versão com o verbo no passado e no singular.

No Brasil, diz-se "cabe dez", "sobrou 30", "falta 30". Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. "Houveram muitos acidentes naquela rodovia". Essa construção está equivocada. 

As construções abaixo estão corretas:

Houve muitos acidentes naquela rodovia.
Haverá muitos acidentes naquela rodovia.

Há vários trabalhadores filiados a essa associação.

Havia muitos trabalhadores filiados a essa associação.
Houve muitos trabalhadores filiados a essa associação.


Vale repetir: "O verbo "haver", quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal.

O verbo "existir"


"Existe pessoas" ou "Existem pessoas"?



Já comentamos várias vezes, no "Nossa Língua Portuguesa", que no Brasil, na língua do dia a dia, a concordância nem sempre é respeitada. O verbo "existir" é umas principais vítimas desse desrespeito. 

Tomemos a letra de uma canção, "Firmamento", gravada pelo Cidade Negra, para exemplificar o seu funcionamento:

... você não sai da minha cabeça

e minha mente voa

Você não sai, não sai, não sai, não sai...

Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga 
o nosso próprio pensar
que vagam como o vento
e aquele sentimento de amor eterno
Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga 
o nosso próprio entendimento
que vagam como o vento
e aquele juramento de amor eterno.


Está corretíssima a construção "existem mais coisas". O verbo "existir" sempre tem sujeito e, portanto, deve concordar com ele. 

Se o sujeito é plural, esse verbo também deve aparecer no plural:

Existem coisas.

Existem pessoas.

Existem situações.


Vamos ver outro verbo que nem sempre anda na linha. A canção é "O ponteiro tá subindo", gravada pelo Camisa de Vênus:

Olhei para o relógio

e já era quase três

o que aconteceu

eu vou contar para vocês
e eu tentando entender
fazendo rock’n’roll
até o amanhecer.


Na letra do Camisa de Vênus o ponteiro pode estar subindo, subindo, mas a concordância desceu a ladeira. No verso "e já era quase três", uma referência a horário, a concordância não foi corretamente observada. O verbo "ser", na indicação de horário, deve concordar com o número de horas:

é uma hora.

são duas horas.

são três horas.


Sempre é bom lembrar que a concordância com meio-dia, meia-noite e uma hora é feita sempre no singular:

é meio-dia.

é meia-noite.

é meio-dia e quarenta e sete.

é uma e quinze.

Mais alguns exemplos:

Duas e cinco = São duas e cinco.

Uma e cinco = É uma e cinco.



Cinco para as duas = são cinco para as duas / faltam cinco para as duas

O verbo "fazer"


"Faz vinte anos" ou "Fazem vinte anos"?



Como se deve dizer: "Quando conheci sua prima, eu morava lá dez anos" ou "Quando conheci sua prima, morava lá havia dez anos"?

A dica para resolver esse dilema é simples: substitua o verbo "haver" pelo verbo "fazer", pois eles se equivalem quando indicam tempo.

Eu morava lá fazia dez anos.

Eu morava lá faz dez anos.



Não há dúvida de que a primeira soa melhor. E isso porque a forma "fazia", do pretérito imperfeito, está em harmonia com a forma "morava", também do pretérito imperfeito.

Portanto, ao usar o verbo "haver" naquela mesma situação, ele deve estar no pretérito imperfeito:

Eu morava lá havia dez anos

Os tempos verbais devem, portanto, estar em acordo:

moro -->

moro --> faz

morava --> fazia.

morava --> havia
É assim que exige o padrão formal da língua.


O verbo "fazer"


"Faz dez anos que eu morava lá" ou "Fazia dez anos que eu morava lá"? 



O "Nossa Língua Portuguesa" fez a seguinte pergunta às pessoas na rua:
Qual a forma correta: 

"Vai fazer 5 semanas que ela foi embora" ou

"Vão fazer 5 semanas que ela foi embora"?

De sete pessoas ouvidas, três acertaram. 

A forma correta é: 
"Vai fazer 5 semanas que ela foi embora".

O "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas mais uma vez e propôs a seguinte questão:

"Faz vinte anos que estive aqui" ou "Fazem vinte anos que eu estive aqui"?
As opiniões ficaram divididas. 

A forma correta, porém, é:
Faz vinte anos que estive aqui.

O verbo "fazer", quando indica tempo, não tem sujeito. 

Tal não ocorre com o verbo "passar". 

Pode-se e deve-se dizer: "Passaram dez anos". De fato, os anos passam. Mas não é aceita a construção "Fazem dez anos".

Nas locuções verbais em que o verbo "fazer" é associado a outro na indicação de tempo, o verbo auxiliar também não varia: " Já deve fazer vinte anos que ela foi embora ". 

Está fora de cogitação escrever "Já devem fazer vinte anos ...". Nesses casos o verbo "fazer" vem sempre no singular.

Por fim, em qualquer tempo que seja usado, o verbo "fazer", quando indica tempo transcorrido, não deve ser flexionado:

Faz dez anos.

Faz vinte dias.

Faz duas horas.

fazia dois meses.
Fez cinco meses.


Vamos a outro exemplo de concordância, tirado da canção "O Poeta Está Vivo", com o Barão Vermelho:

Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.

Quando o papa e seu rebanho chegar

não tenha pena:

todo mundo é parecido quando sente dor.


A letra usa indevidamente o verbo no singular. Se "Papa e rebanho chegam", a concordância na frase acima deveria ser antes "quando o papa e seu rebanho chegarem". 


Seria bom que ao menos na escrita a concordância verbal fosse observada.

Verbo antes do sujeito

"faltaram muitos alunos hoje" ou "faltou muitos alunos hoje"?


É comum ouvirmos as pessoas dizer "Acabou as ficha", 
"Sobrou quinze", 
"Falta dez". 

Certo dia estava escrito num jornal de grande circulação: 
"Chegou as tabelas do Mundial". Erro tanto mais grave porque se trata de língua escrita, em que a concordância merece maior atenção.

Um exemplo de concordância verbal corretamente observada acha-se na canção de Paulinho da Viola "Quando bate uma saudade".
... 
Vibram acordes

Surgem imagens

Soam palavras

Formam-se frases...


Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância perfeitamente observada. Os substantivos estão no plural, os verbos também. 

Isso é difícil de ocorrer no nosso dia a dia. 



Seja como for, na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância:


Acabaram as fichas.

Acabaram-se as fichas.

Sobraram quinze.

Faltam dez.
Restam vinte.
Partiram todos.


Um trecho da canção "Música Urbana", do Capital Inicial, traz um verbo interessante que nem sempre é flexionado corretamente:

Tudo errado, mas tudo bem.

Tudo quase sempre como

eu sempre quis.

Sai da minha frente, que
agora eu quero ver.
Não me importam
os seus atos
eu não sou mais
um desesperado.
Se eu ando por
ruas quase escuras
as ruas passam


Trata-se do verbo "importar". O letrista fez a concordância corretamente: "não me importam os seus atos". Os atos não têm importância, portanto eles não importam

Basta fazer concordar verbo e sujeito: Atos está no plural, então o verbo também deve ficar no plural.

Concordância com pronome relativo e expressões expletivas



Muitos dizem "não foi eu" e supõem que esse "foi" vale em qualquer caso. Não é bem assim.

Para ilustrar essa questão, tomemos um exemplo retirado da música "Foi Deus que fez você", de Luiz Ramalho.

Foi Deus que fez o céu

(...)

Foi Deus que fez você

Foi Deus...

"Foi Deus que fez". Por que "foi"? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a "ele" e, portanto, "ele foi".


Mas cuidado: não é cabível dizer "Eu foi". Logo, "não foi eu" está errado. 



O correto é:
Não fui eu.

Não fomos nós.



O verbo que vem depois da palavra "que" também deve concordar com a palavra antecedente. 

Portanto deve-se dizer:

 "Fui eu que fiz" ( eu fui, eu fiz), 
"Fomos nós que fizemos", 
"Foram eles que fizeram".

Outro caso que costuma causar embaraço é o da expressão expletiva "é que", expressão fixa

A canção "Só nós dois", de Joaquim Pimentel, faz uso dela mais de uma vez.

Só nós dois é que sabemos

o quanto nos queremos bem

Só nós dois é que sabemos

Só nós dois e mais ninguém...


A expressão "é que" é inalterável.
Nunca diga:

"São nessas horas que a gente percebe", mas antes:
Nessas horas é que a gente percebe.

É nessas horas que a gente percebe.



Trata-se de uma expressão de realce, que pode também ser eliminada.



Veja os exemplos:


Só nós dois é que sabemos/Só nós dois sabemos.

É nessas horas que a gente percebe/Nessas horas a gente percebe.

A expressão "é que", expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.

"40% dos eleitores preferiram ou preferiu?"

A concordância verbal que envolve porcentagem deixa muitas pessoas em dúvida. 

Para ilustrar isso, o "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas e formulou algumas perguntas ao público.

Como se deve dizer: "Pedro ou Paulo será o próximo presidente da República" ou "Pedro ou Paulo serão o próximo Presidente da República"?

A maioria das pessoas acertou. "Pedro ou Paulo será ...". Somente um dos dois será o próximo presidente da República. O "ou" que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de 

Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular.
Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: "Tom ou Caetano me agradam". O "ou" presente nessa oração não é excludente; logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:

"40% dos eleitores preferiram" ou "40% dos eleitores preferiu"?
A expressão que determina o percentual está no plural ( "eleitores" ) e então não há outra opção. 

O determinante também pode estar no singular, como na questão seguinte proposta aos telespectadores:
"40% do eleitorado preferiu" ou "40% do eleitorado preferiram"?

Muitos acertaram. O termo que se segue ao percentual é singular; logo o verbo também permanece no singular. A forma correta é "40% do eleitorado preferiu". 

Mas e se não houver determinante acompanhando a porcentagem?

"40% preferiu" ou "40% preferiram"?
Como não há nada após a expressão percentual, vale o número 40, que é plural. Se fosse um número inferior a 2, então o verbo ficaria no singular.
40% preferiram.

1% preferiu.

1,8% preferiu.


Fonte: Gramática da Língua Portuguesa - Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante.