terça-feira, 18 de setembro de 2018


LITERATURA

Prosa romântica no Brasil

prosa romântica introduziu o Romantismo no Brasil. Embora ainda segundo os padrões europeus, na linha de romances como Walter Scott e Honoré de Balzac, a prosa romântica foi determinante para o estímulo à arte nacional e ao sentimento nacional.
Folhetim

A difusão da prosa romântica foi impulsionada pelo folhetim. Os folhetins eram capítulos de romances de periodicidade semanal publicados em jornais.
Por meio deles, o romance tornou-se extremamente popular e por ele, o sentimento de democracia aflorado no País foi alastrado.
Com o folhetim, a literatura passa de bem destinado à aristocracia e ultrapassa a exclusividade da nobreza.
Surgem os primeiros consumidores da produção literária e a literatura é expandida ao leitor comum. E é pelo folhetim que a prosa do Romantismo alcança o sucesso que obteve no Brasil.
Nacionalismo romântico

O sentimento de nacionalismo no romantismo contribuiu para valorizar o Brasil e o desvinculou da influência impositiva da arte portuguesa.

É um momento em que a literatura portuguesa também está mais voltada para Portugal. Há uma clareza da distinção dos costumes da colônia e da metrópole.

Características

Nacionalismo
Subjetivismo
Ufanismo
Idealização da mulher
Religiosidade
Culto à natureza
Amor platônico
Idealismo
Estética nativista

Obras e Autores

A prosa romântica no Brasil foi manifestada em romance Indianista, romance urbano e romance nacionalista.

As obras relatavam o comportamento social da época, exaltando as peculiaridades da cultura nacional.


Romantismo: Características e Contexto Histórico

Romantismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa no século XVIII e durou até meados do século XIX. Ele influenciou a literatura, a pintura, a música e a arquitetura.

Oposto ao classicismo, racionalismo e Iluminismo, esse movimento chegou ao Brasil em finais do século XVIII.

Contexto Histórico

Como escola literária, as bases do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio foram estabelecidas pelo romance "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, publicado na Alemanha em 1774.

Na Inglaterra, o Romantismo se manifesta nos primeiros anos do século XIX, com destaque para a poesia ultrarromântica de Lord Byron e para o romance histórico Ivanhoé, de Walter Scott.

Também figuram entre as primeiras obras do início da revolução romântica na Europa os livros Manon Lescut, do árabe Prévost (1731), e a História de Tom Joses, de Henry Fielding (1749).

O romance, contudo, já era utilizado no Império Romano, cuja palavra romano era aplicada para designar as línguas usadas pelos povos sob o seu domínio. Tais idiomas eram, na verdade, uma forma popular do latim.

As composições de cunho popular e folclórico escritas em latim vulgar, em prosa ou em verso e que relatavam fantasias e aventuras, também eram chamadas de romance.

E foi no século XVIII, que tomou o sentido atual, após passar pelas formas de "romance de cavalaria, romance sentimental, romance pastoral", na Europa. O romance pode ser considerado o sucessor da epopeia.

Principais características

Oposição ao Clássico

No início, todos os movimentos em oposição ao clássico eram considerados românticos. Dessa maneira, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade Média quando surgiu a burguesia.

A arte, que antes era de caráter nobre e erudita, passa a valorizar o folclórico e o nacional. Ela extrapola as barreiras impostas pela Corte e começa a ganhar a atenção do povo.

A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas, liberta-se das exigências dos nobres que pagavam sua produção e passa a ter um público anônimo. É o surgimento do público consumidor, impulsionado no Brasil pelo folhetim, uma literatura mais acessível.
Na prosa, o aspecto formal do Classicismo é deixado de lado. O mesmo ocorre com a poesia, com os versos livres, sem métrica e sem estrofação. A poesia também é caracterizada pelo verso branco, sem rima.

Nacionalismo

Os românticos pregam o nacionalismo, incentivam a exaltação da natureza pátria, o retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional.

Na literatura europeia, os heróis nacionais são belos e valentes cavaleiros medievais. Na brasileira são os índios, igualmente belos, valentes e civilizados.
           
A natureza também é exaltada no Romantismo. Está é vista como uma extensão da pátria ou refúgio à vida agitada dos centros urbanos do século XIX. A exaltação à natureza ganha contornos de prolongamento do escritor e de seu estado emocional.

Sentimentalismo romântico

Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o subjetivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se colocavam como o centro do universo.

Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio. São características do movimento romântico: as fugas da realidade por meio do abuso de álcool e ópio, a idealização da mulher, da sociedade e do amor bem como a saudade da infância e a busca constante por casas de prostituição.

A Linguagem do Romantismo

linguagem do Romantismo apresenta maior liberdade formal em relação à racionalidade, equilíbrio e objetividade do movimento anterior: o Arcadismo.

Assim, a linguagem do romantismo — mais simples, popular, subjetiva, melodiosa, confessional, idealizada, eloquente e repleta de lirismo e dualismos —, apresenta uma ruptura com os modelos clássicos (cultura greco-romana), proporcionando uma aproximação com o novo público consumidor ao revelar seus próprios anseios: a burguesia.

Os temas mais recorrentes são: o amor não correspondido (amor platônico), a natureza, a religião, a idealização da mulher, a morte, a incerteza, o individualismo, a solidão, os dramas da existência e os sofrimentos em geral.

Lembre-se de que o Romantismo foi um movimento artístico literário que surgiu no século XIX no Brasil e no Mundo.

A produção literária do romantismo se desenvolveu na poesia e na prosa (contos, novelas, romances e obras de teatro).

Em 1774, a publicação da obra “Os Sofrimentos do Jovem Werther” do escritor alemão Goethe, inaugurou o movimento romântico na Europa, baseada nos novos valores históricos, sociais e culturais.

Figuras de Linguagem do Romantismo

As principais figuras de linguagem utilizada pelos escritores românticos são: metáfora, metalinguagem, hipérbole, antítese, sarcasmo e Ironia.

No Brasil

Romantismo no Brasil tem como marco inicial a publicação da obra “Suspiros poéticos e saudades” de Gonçalves de Magalhães.

Note que o movimento surge anos depois da Independência do país (1822), o que fez como que os escritores dessa época se afastassem da influência lusitana, para assim, focar nos aspectos históricos, linguísticos, étnicos e culturais do país.

Embora a poesia seja muito explorada nesse período, a prosa poética teve grande destaque com os romances indianistas, regionalistas, históricos e urbanos.

O vocabulário utilizado contém expressões mais brasileiras em detrimento da influência lusitana, notadamente visto na linguagem do Arcadismo, o período anterior.

Os Folhetins (trechos de novelas e romances publicados em jornais) foram os principais propulsores da prosa romântica no Brasil. Assim, os escritores que merecem destaque na prosa romântica são:
 
José de Alencar
 e sua obra “Iracema

Visconde de Taunay e sua obra “Inocência
Bernardo Guimarães e sua obra “A Escrava Isaura

Gerações Românticas no Brasil

No Brasil o movimento romântico está dividido em três fases, sendo que cada uma delas apresenta características peculiares:


Chamada de “Geração Nacionalista-indianista”, nessa fase é notória a exaltação da terra e da figura idealizada do índio, eleito herói nacional.

Sem dúvida, Gonçalves Dias foi o que mais se destacou nessa fase, seja na poesia, seja no teatro.


Também chamada de “Geração Ultrarromântica”, “Mal do Século” ou “Geração Byroniana” (em referência ao escritor inglês Lord Byron) essa fase esteve marcada pelo pessimismo, melancolia, vícios, morbidez, fuga da realidade (escapismo), fantasia e o desejo de morte.

Nesse período os escritores que mais se destacaram foram:



Chamada de “Geração Condoreira” (em referência ao condor, ave símbolo da liberdade), essa última fase do Romantismo aposta na liberdade e na justiça inspirada sobretudo na literatura do escritor francês Victor Hugo (Geração Hugoana).

A poesia romântica (poesia lírica, épica e social) dessa fase é marcada pelo seu caráter social e político. Castro Alves, o “Poeta dos Escravos” foi o grande destaque do momento.

Para compreender melhor a linguagem de cada geração romântica no Brasil, seguem abaixo alguns exemplos:

Primeira geração

(Trecho do poema “I-Juca Pirama” de Gonçalves Dias)

No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos — cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.

São rudes, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!

As tribos vizinhas, sem forças, sem brio,
As armas quebrando, lançando-as ao rio,
O incenso aspiraram dos seus maracás:
Medrosos das guerras que os fortes acendem,
Custosos tributos ignavos lá rendem,
Aos duros guerreiros sujeitos na paz.

No centro da taba se estende um terreiro,
Onde ora se aduna o concílio guerreiro
Da tribo senhora, das tribos servis:
Os velhos sentados praticam d’outrora,
E os moços inquietos, que a festa enamora,
Derramam-se em torno d’um índio infeliz.

Segunda geração

(Poema)

Se eu Morresse Amanhã” de Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Terceira geração

(Trecho da Poesia “O Navio Negreiro” de Castro Alves)
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Em Portugal

Romantismo em Portugal teve como marco inicial a publicação do poema de Almeida Garrett “Camões”, em 1825.

Além dele, os escritores românticos portugueses que merecem destaque são: Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis e Alexandre Herculano. Para compreender melhor a linguagem do romantismo segue abaixo a poesia "Este Inferno de Amar" de Almeida Garret:

Este inferno de amar — como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n’alma ... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... — foi um sonho
Em que paz tão serena a dormi!
Oh!, que doce era aquele sonhar ...
Quem me veio, ai de mim!, despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela?, eu que fiz? — Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei ...





Fonte: https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-romantismo/







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