C.E.E.J.A.
“Prof. Norberto Soares Ramos” Sorocaba – SP.
Reforçando o
aprendizado:
Aprenda a
estudar
Estudar
exige mais do que paciência e força de vontade. Estudar requer também, muita
disciplina e o domínio de algumas técnicas – às vezes, simples – para que o
aprendizado seja feito com a máxima eficiência e o mínimo de tempo.
Como ler bem
“Ler um livro é estabelecer um diálogo
animado pelo desejo de compreender. Nossa leitura deve ser governada por um
princípio fundamental de respeito à voz que nos fala no livro. Não temos o
direito de desprezar um livro só porque contradiz nossas convicções, como
também não devemos elogiá-lo incondicionalmente se estiver de acordo com elas.”
(Prof. Armando Zubizarreta)
Qualquer leitor, portanto, tem como
primeiro desafio o de estar pronto para ler: disposto a aprender e aproveitar a
leitura. Mesmo em caso de tratar-se, à primeira vista, de mera tarefa e não de
algo que possa lhe dar prazer. Essa preparação exige dois pré-requisitos:
prestar atenção e evitar a avidez. Devorar centenas de páginas não leva a nada.
Você vai ler? Saiba então que a
compreensão de um texto exige mais do que o simples correr dos olhos sobre as
letras. Comece por escolher um local tranquilo, confortável, bem iluminado. E
não se apavore em caso de não conseguir entender tudo de imediato. A
compreensão depende do nível cultural do leitor, que vai se ampliando a cada
nova leitura.
Recomenda-se, em geral, que não se
passe ao parágrafo seguinte sem ter entendido bem o anterior. Isso você pode
conseguir, voltando e relendo o trecho quantas vezes forem necessárias e, se
preciso, recorrendo a dicionários e enciclopédias. No entanto, não se deve
interromper demais a leitura. Por isso, conforme-se em aprender o significado
geral, sabendo que, com o hábito de ler, essa tarefa vai ficar cada vez mais
fácil.
Lembre-se sempre que um mínimo de
disciplina é indispensável ao leitor que quer ou precisa aprender. A leitura,
para ser mais produtiva, pode ser dividida em fases:
Faça um reconhecimento do texto para
saber de que assunto trata. Mesmo no caso de romance é bom ter uma ideia do
tema central.
Procure isolar as informações
principais. Para isso, é bom sublinhar ou assinalar passagens.
Ao encontrar expressões especializadas,
(de Medicina, Direito, etc.) procure conhecer e anotar seus significados.
Assim, além de aumentar seu vocabulário, você conseguirá uma correta
interpretação de sua leitura.
Procure separar os fatos das
interpretações que o autor faz deles. Retome as informações essenciais que
foram isoladas anteriormente, para saber que relações existem entre elas.
Assim, você estará pronto para
estabelecer suas próprias ideias sobre o texto. Mas lembre-se: o trabalho
intelectual exige rigor. Por isso, nunca é demais voltar ao texto, reler e
aperfeiçoar a leitura.
Como tomar notas
A
escrita é um poderoso instrumento para preservar o conhecimento. Tomar
notas é a melhor técnica para guardar as informações obtidas em aula, em
livros, em pesquisas de campo. Manter os apontamentos é fundamental. Logo, nada
de rabiscar em folhas soltas. Mas também não se deve ir escrevendo no caderno
tudo que se ouve, lê ou vê. Tomar notas supõe rapidez e economia. Por isso, as
anotações devem ser:
a) suficientemente claras e detalhadas, para que sejam
compreendidas mesmo depois de algum tempo;
b) suficientemente sintéticas, para não ser preciso
recorrer ao registro completo, ou quase, de uma lição.
Anotar é uma técnica pessoal do estudante. Pode
comportar letras, sinais que só ele entenda. Mas há pontos gerais a observar.
Quando se tratar de leitura, não basta sublinhar no livro. Deve-se passar as
notas para o caderno de estudos. O aluno tem de se acostumar à síntese:
aprender a apagar mentalmente palavras e trechos menos importantes para anotar
somente palavras e conceitos fundamentais. Outros recursos: jamais anotar dados
conhecidos a ponto de serem óbvios; eliminar artigos, conjunções, preposições e
usar abreviaturas.
É preciso compreender que anotações não são resumos,
mas registros de dados essenciais.
Como educar a memória
Aprender é uma operação que não se resume a adquirir
noções, mas consiste em reter o que foi lido, reproduzir e reconhecer uma série
de experiências e pensamentos. Portanto, é imprescindível educar a memória. Logo
após o estudo de algum ponto ou matéria, nota-se que o esquecimento também
trabalha: a mente elimina noções dispensáveis. Sem disciplina, entretanto,
nunca haverá um jogo útil entre memória e esquecimento, entre horas de estudo e
horas de descanso.
Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os
conteúdos aprendidos, basta proceder a uma série de operações sucessivas e
gradativas no tempo. Repetir é importante, mas não é só: saber de cor nem
sempre vai além de um papaguear mecânico. As técnicas psicológicas de
memorização são complexas, mas podem ser utilizadas simplificadamente pelo
estudante. Algumas indicações:
a) ler mentalmente e compreender o assunto;
b) reler em voz alta;
c) concentrar a atenção em aspectos específicos:
nomes, datas, ambiente, etc.;
d) notar semelhanças, diferenças, relações;
e) repetir várias vezes em voz alta ou escrever os
conhecimentos adquiridos (os pontos principais) e, do outro, detalhes
referentes cada uma delas;
f) fazer fichas com esquemas que incluam, de um lado,
a sequência das noções principais e, do outro, detalhes referentes a cada uma
delas;
g) nunca se esquecer de repousar, pois uma mente
cansada aprende pouco e retém com dificuldade.
Como estudar em grupo
Estudar em conjunto é um modo produtivo
de fazer render ao máximo o esforço do aprendizado. E há muitas maneiras de os
estudantes se ajudarem, mesmo que não se organizem em um grupo. Entre as mais
importantes: a comparação dos apontamentos das aulas e das horas de estudo.
Assim, trocam-se ideias e verificam-se os pontos fundamentais e os mais
difíceis.
Dois princípios a serem pensados:
a) o estudo em conjunto deve refletir
uma inteligente divisão de trabalho;
b) as sínteses não garantem plena
compreensão, mas são interessantes como resumo dos conhecimentos adquiridos.
Quando o estudo em grupo é uma
preparação para provas ou exames, o aluno deverá estudar toda a matéria por si
mesmo, de modo que o trabalho com os colegas seja apenas uma revisão, uma
possibilidade de aprofundamento e, às vezes, de correção dos pontos.
Algumas possibilidades de organização e
divisão de trabalho no grupo:
cada um estuda partes diferentes de um
assunto e traz para serem fundidas na reunião;
cada um estuda e consulta fontes sobre
o mesmo assunto e expõe ao grupo, para uma comparação e aprofundamento;
cada um estuda um ponto de um capítulo
e faz seu relatório ao grupo, debatendo ou respondendo a perguntas depois.
É a voz corrente entre professores que
a melhor maneira de aprender uma matéria é ensiná-la aos outros. Os alunos
podem comprovar isso nas exposições orais de suas reuniões de grupo e toda vez
que um colega vier pedir auxílio.
Como fazer uma redação
Comunicar, eis a principal finalidade
de uma redação. Ou seja: dizer algo, por escrito, a alguém. Mas o quê? A primeira operação para redigir um
tema é compreender corretamente o enunciado contido no título. Um exame
cuidadoso do título proposto dá ao estudante a exata delimitação do assunto,
permite-lhe perceber imediatamente como desenvolver o pensamento para não fugir
do tema. E conduz ao segundo passo: fazer um esboço do que vai ser dito.
Há quem prefira esboçar o tema
mentalmente. Nunca é demais, porém, o cuidado de anotar o plano, de modo que
seja fácil segui-lo depois. Fazer um esboço depende, é claro, do conhecimento
que o aluno tem sobre o assunto. Um recurso infalível é o da divisão em três
partes: introdução, desenvolvimento, conclusão.
Começa-se por chamar a atenção do leitor para o
assunto, digamos, “A descoberta do Brasil”, falando sobre a situação de
Portugal no século XV, o florescimento cultural, a Escola de Sagres e as
técnicas de navegação ali aperfeiçoadas. É a introdução que conduzirá ao
desenvolvimento: a frota de Cabral, seus objetivos, a viagem e seus problemas,
a chegada a Porto Seguro, a comunicação da descoberta. Conclui-se de modo a
evidenciar a importância que foi atribuída ao fato na época, podendo-se
adiantar algo sobre o significado que teria depois.
Na exposição de assunto científico ou de caráter
interpretativo, é bom lembrar que o sistema é: antecipar o que se vai provar,
provar o que havia proposto e enunciar o que já se provou. Nunca deixar,
também, de enumerar em estrita ordem alfabética, todas as fontes e toda a
bibliografia utilizada para compor o trabalho. Depois de tudo escrito, a tarefa
ainda não terminou. A redação, feita em casa ou em classe, deve ser revista. É
preciso ver se foram utilizadas as palavras mais expressivas, se não há erros
de grafia, se a pontuação foi bem feita. É muito importante não se confundir o
tema com o título; o tema é a proposta que deverá ser desenvolvida, e o título
deve ser dado pelo redator, ou seja, o aluno.
Não se exige
de ninguém um texto literariamente perfeito, mas escrever corretamente é
obrigação.
Características de uma boa redação
1.
Não fugir do tema proposto.
2.
Concisão: ser preciso, sucinto, não “encher linguiça”.
3.
Coesão ou coerência: ligação, harmonia entre os fatos ou ideias.
4.
Correção: escrever conforme as normas cultas da língua portuguesa.
5.
Estética: escrever um texto que seja legível e sem rasuras.
A leitura do texto acrescentou
informações ao seu modo de estudar? Comente.
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