DISSERTAÇÃO
É uma forma de se
dar opinião sobre os fatos que nos cercam, através da posição que assumimos
diante deles, seja pela concordância ou não do pensamento dos outros. Para
isso, nos valemos das leituras, das conversas com outras pessoas, de nossa
vivência e, através de uma ordenação coerente e lógica do nosso pensamento,
teremos condições de argumentar com clareza e precisão.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
É constituída de
introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução
normalmente ocupa o primeiro parágrafo, e deve conter a ideia principal a ser
desenvolvida. Chama-se tese.
O segundo e o
terceiro parágrafos se ocupam da exposição dos argumentos que vão fundamentar a
ideia principal. Chama-se desenvolvimento.
No parágrafo
final ocorre a conclusão que é a retomada da ideia principal. Como ela já foi
fundamentada no desenvolvimento, deve aparecer de forma mais convincente Chama-se síntese.
TEMA DISSERTATIVO
Os temas
indicados para o desenvolvimento de uma dissertação, em sua maioria, são
amplos: adolescência, violência contra os índios, racismo, drogas etc. Assim,
faz-se necessária a sua delimitação.
Após delimitar o
tema a ser desenvolvido, é preciso estruturar o texto; o parágrafo de abertura
é fundamental, precisa ser claro e chamar a atenção para os objetivos do texto
e o plano de desenvolvimento.
Veja como Joel
Rufino dos Santos introduz uma das partes de seu livro O que é racismo:
“O racismo não é
produto de metas desequilibradas como ingenuamente se pode pensar”.
Note como o autor
delimitou muito bem os aspectos que vai abordar, chamando a atenção do leitor
para o que pretende demonstrar: é ingenuidade
e tolice acreditar que o racismo resulta de desequilíbrio mental.
O parágrafo de
conclusão deve sintetizar o objetivo proposto na introdução acrescido da
argumentação básica colocada no desenvolvimento. Veja o exemplo retirado de uma
coletânea do vestibular da Unicamp-SP. O
parágrafo de conclusão está sublinhado.
“Uma das
angústias do vestibular está em que ele exige, da parte do estudante quando ele
tem 18 ou 19 anos, uma definição clara daquilo que ele vai ser para o resto da
vida. Ajudaria muito se tal definição não fosse exigida: se o ingresso na
universidade fosse a ocasião para o aluno tomar contato com as várias
possibilidades.
É irracional
pedir que alguém tenha idéias claras e decisões tomadas sobre algo que nunca
experimentou”.
COESÃO E COERÊNCIA
Para que um texto
seja coeso é preciso empregar adequadamente os conectivos e estabelecer uma sequência lógica para o
desenvolvimento.
Para que haja
coerência é preciso atenção quanto à redundância, à repetição desnecessária de
palavras, expressões ou ideias, que torna os textos confusos e mais extensos do
que o necessário. A ambiguidade dificulta o entendimento do texto. Veja a frase
retirada de um vestibular da Fuvest-SP:
“O menino viu o incêndio do prédio”.
Qual é o
significado real daquilo que se quis dizer? O menino viu o prédio “pegando fogo” ou ele estava num prédio
quando viu o incêndio acontecendo em outro local?
Assim, a coesão e
a coerência são os principais responsáveis pela falta de clareza dos textos. Um
trecho confuso significa uso inadequado de conectivos, ambiguidades,
repetições, isto é, falta de encadeamento lógico.
Até agora falamos
da introdução e da conclusão de um texto dissertativo. Vejamos, agora, as
possibilidades de se desenvolver uma argumentação.
O desenvolvimento
pode ser feito por causa e consequência:
causa é o fato que provoca /
justifica o que foi dito na ideia principal; consequência é o fato decorrente do que foi falado na ideia
principal.
Uma outra forma
para desenvolver esse parágrafo é através de exemplos: o autor procura
confirmar uma teoria, ilustrar regra e comprovar uma afirmativa pessoal. Também
é recurso valer-se de definições e/ou conceitos com os quais se vai trabalhar.
Uma das muitas
maneiras de emitir nosso ponto de vista é contra-argumentar, isto é, refutar
argumentos alheios. Para tanto, precisamos ter apoio de dados estatísticos, de
filósofos e outros pensadores.
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Sorocaba, 9 de novembro de 2016.
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