sábado, 25 de fevereiro de 2017




ORIGEM E HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


O português, língua oficial do Brasil, originou-se do latim, falado pelos latinos, um povo que habitava o Lácio, região central da Itália.
Roma, capital do Império Romano, ao longo dos séculos foi dominando as cidades mais importantes da Itália e já no século III antes de Cristo tinha sob sua posse quase todo o território italiano.
O povo dominador sempre impõe sua cultura – e, portanto, sua língua – ao povo subjugado. Com os romanos não foi diferente. Impuseram o latim a todos os povos por eles conquistados.
Da Itália, os exércitos romanos espalharam-se por toda a Europa, pela Ásia e África. O latim passou a predominar sobre a língua dos povos que habitavam essas regiões. No século II antes de Cristo, Roma podia ser considerada como a capital do mundo, e o latim, como a língua oficial do Império Romano.

A língua latina apresentava dois níveis:

1. o latim literário: língua falada e escrita, empregada em textos literários, filosóficos e jurídicos;

2. o latim vulgar: língua falada, sem escrita, utilizada pela massa da população analfabeta e considerada inculta.

O latim vulgar era a língua utilizada por soldados, comerciantes e pela maioria das pessoas que se dirigiam aos territórios conquistados, com a finalidade de colonizá-los. Foi esse latim vulgar que se impôs aos povos vencidos.

Em 218 antes de Cristo, os romanos invadiram a península Ibérica, onde fica Portugal. De lá, expulsaram os invasores cartagineses para impedi-los de chegar em Roma. Derrotados os cartagineses, os romanos dominaram a península, impondo-lhe sua cultura e sua língua. Esse período de imposição cultural é conhecido
como romanização da península Ibérica (“romanização” porque a cultura romana se impôs à cultura peninsular).

Já no século I da era cristã o latim era a língua comum a todos os povos da península, exceto a região onde se falava – e se fala até hoje – o basco.

O latim, misturando-se com as línguas locais, começa a sofrer diferenciação de uma região para outra e até mesmo de cidade para cidade. Esse é um dos fatores que explicam a fragmentação do latim, ou seja, essa diferenciação em cada região onde era falado que deu origem a línguas parecidas umas com as outras, mas diferentes entre si.

Por volta do século VII ou VIII, havia diversas línguas originárias do latim, hoje conhecidas em seu conjunto como línguas românicas ou neolatinas (neo = novo). São línguas neolatinas: italiano, francês, provençal, galego, romeno, espanhol e português. Isso significa que, grosso modo, falamos um latim modificado.

Portanto, as línguas românicas ou neolatinas surgiram da fusão entre a cultura dos romanos e a dos povos conquistados, originando dialetos, ou seja, variedades regionais ou sociais de uma língua. Um desses dialetos era o galego-português, falado na região onde hoje fica
Portugal. Dele originaram-se posteriormente duas línguas: o galego e o português. Falou-se galego-português até o século XIV em Portugal.
Em 1279, D. Dinis, rei de Portugal, proclama o português língua oficial do país, abolindo o latim dos textos jurídicos oficiais. Mas somente a partir do século XIV é que se pode falar na existência de uma língua portuguesa com características próprias, diferente do galego. No século XIV surge a prosa literária em português. O livro
que registrou essa língua foi o Livro de linhagens, de D. Pedro, rei de Portugal. Já a primeira gramática portuguesa só surgiria em 1546, escrita por Fernão de Oliveira.

A língua portuguesa é atualmente a quinta mais falada no mundo, com mais de 200 milhões de falantes. A comunidade que fala a língua portuguesa (comunidade lusófona) é formada por: Portugal; Ilhas da Madeira, dos Açores e Cabo Verde; Brasil; Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (na África); Goa, Macau, Timor (na Ásia).

Com a globalização, o uso da Internet, as transações comerciais e o crescente interesse do mundo pela América Latina, o estudo da língua portuguesa em outros países vem aumentando ultimamente.

Os colonizadores portugueses trouxeram para o Brasil a cultura e a língua portuguesa, que foi se enriquecendo com vocábulos de origem indígena, africana e de outros imigrantes.

Exemplos de palavras que herdamos de outros idiomas:

do tupi: arara, caju, carioca, Copacabana, Curitiba, cutia, gambá, Guanabara, Ipanema, Iracema, Iraci, jabuticaba, jacarandá, lambari, mandioca, maracujá, Paraná, saci, tatu, Ubirajara, etc.

dos dialetos africanos: acarajé, banguela, caçula, cafundó, canjerê, canjica, dendê, farofa, fubá, fumo, mandinga, marimbondo, moleque, ogum, quiabo, quilombo, quitanda, quitute, vatapá, etc.

do inglês: bife, clube, futebol, gol, hambúrguer, sanduíche, etc – de importação mais recente: software, hardware, know-how.

do italiano: bandido, bússola, espaguete, macarrão, piano, piloto, pizza, soneto, tenor, etc.

do francês: abajur, boné, matinê, paletó, penhoar, toalete, etc.

Observação:

Além dos exemplos acima, existem muitos outros idiomas que influenciaram a língua portuguesa no Brasil, como: árabe, alemão, japonês, espanhol, etc.

RADICAIS GREGOS

Em todas as palavras da língua portuguesa, há um elemento invariável, que é o responsável pela base do significado. A esse elemento dá-se o nome de radical.
Se você procurar o significado da palavra psicologia no dicionário, verá que é a ciência que se ocupa dos fenômenos psíquicos e do comportamento humano e animal; pode também significar: caráter, intuição, dependendo do contexto. Se quisermos conhecer o significado etimológico (origem das palavras), precisaremos consultar um dicionário especializado. A palavra psicologia é formada por dois radicais gregos psico- + -logia, que significam respectivamente “alma” e “estudo”. Assim, o significado etimológico de psicologia
é “estudo da alma”.






Relacionaremos mais alguns exemplos:

RADICAL 1
RADICAL 2
PALAVRA
SIGNIFICADO
acro- (altura)
-fobia (medo)
acrofobia
medo doentio de altura
antropo- (homem)
-logia (ciência)
antropologia
ciência que estuda o ser humano
antropo- (homem)
-fagia (ato de comer)
antropogafia
ato de comer carne humana
arqueo- (antigo)
-logia (ciência)
arqueologia
ciência que estuda as coisas antigas
bio- (vida)
-logia (ciência)
biologia
ciência que estuda a vida
biblio- (livro)
-teca (lugar onde se guarda)
biblioteca
lugar onde se guardam livros
caco- (mau)

-fonia (som)
cacofonia
som desagradável.
cali- (belo)
-grafia (escrita
caligrafia
grafia, letra bonita.
clepto- (roubo)
-mania (inclinação doentia)
cleptomania
inclinação doentia ao roubo.
crono- (tempo)
-metro (que mede)
cronômetro
instrumento que mede o tempo.
demo- (povo)

-cracia
democracia
governo do povo.
derma- (pele)
-logia
dermatologia
ciência que estuda a pele.
etno- (povo, raça)
-logia
etnologia
ciência que estuda a formação das raças.
fono- (voz, som)
-logia (ciência)
fonologia
ciência que estuda a voz.
geo- (terra)
-grafia (descrição, escrita)
geografia
ciência que descreve e analisa a superfície terrestre.
gêneo- (que gera)
-logia (ciência)
ginecologia
ciência que se ocupa da moléstias das mulheres.
hepatos- (fígado)
sufixo “-ite” (inflamação)
hepatite
inflamação do fígado.
hidro- (água)
-terapia (cura)
hidroterapia
cura através da água.
neo- (novo)
-logo (que fala ou trata)
neologismo
palavra ou expressão nova ou antiga usada com sentido de novo
orto- (reto, justo)
-grafia (escrita)
ortografia
escrita correta.
pato- (doença)
-logia (ciência)
patologia
ramo da medicina que estuda a origem, natureza e os sintomas das doenças.
poli- (muito)
-gamia (casamento)
poligamia
que tem mais de um cônjuge ao mesmo tempo
pseud- (falso)
-onimo (nome)
pseudônimo
nome falso.
teo- (Deus)
-logia (ciência)
teologia
tratado, ciência da religião e das coisas divinas.
xeno- (estrangeiro)
-fobo (que odeia, inimigo)
xenofobia
aversão a coisas ou pessoas estrangeiras.
zoo- (animal)
-logia
zoologia
ramo da história natural que trata dos animais.


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